Polícia Civil prende homem de 21 anos que foi à delegacia registrar desaparecimento das vítimas; caso é o quinto feminicídio em MS apenas em maio.
Um crime que chocou Campo Grande ganhou novos contornos nesta terça-feira (27). A Polícia Civil prendeu, na manhã de hoje, um homem de 21 anos suspeito de matar e carbonizar a própria esposa, de 29 anos, e a filha do casal, um bebê de apenas 10 meses. Segundo as investigações preliminares da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a motivação do crime estaria ligada à recusa do suspeito em pagar pensão alimentícia.
A prisão ocorreu na 6ª Delegacia de Polícia, no bairro Tijuca, em Campo Grande. Em uma reviravolta surpreendente, o suspeito teria comparecido à unidade policial para registrar o desaparecimento da esposa e da filha, quando acabou sendo detido pelas autoridades. Além da prisão do suspeito, a polícia também apreendeu um veículo que teria sido utilizado no crime.
Os corpos carbonizados foram encontrados na noite de segunda-feira (26), em um terreno baldio na região do Indubrasil, em Campo Grande. A área ainda estava em chamas quando as vítimas foram localizadas. Testemunhas relataram ter visto fumaça e sentido forte cheiro de combustível no local.
Este caso trágico eleva para cinco o número de feminicídios registrados em Mato Grosso do Sul apenas no mês de maio, um dado alarmante que reforça a necessidade de políticas públicas mais efetivas para o combate à violência contra a mulher no estado.
A Polícia Civil continua as investigações para esclarecer todos os detalhes do crime, incluindo se o suspeito agiu sozinho ou teve ajuda de outras pessoas. O caso está sendo tratado como feminicídio seguido de ocultação de cadáver, com o agravante de ter vitimado também uma criança.
Especialistas em segurança pública destacam que casos como este evidenciam a importância de denunciar situações de violência doméstica antes que cheguem a desfechos trágicos. Mulheres que se sintam ameaçadas podem buscar ajuda através do Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou do Disque 100 (Direitos Humanos), além das delegacias especializadas.